SALMOS

Sl 78 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.

O Salmo 78 é um Salmo didático, que por meio de exemplos e histórias de todo o povo de Israel, do início até Davi, nos anima, ensina e prega o benefício e proveito da confiança e da fé em Deus, o SENHOR, via Jesus Cristo, que, na carne, nos reconcilia com Deus Pai. E nos exorta e adverte, previne e admoesta a que não sejamos gente que duvida e descrê a Deus e nem Sua Palavra. Pois, não obstante a queda em pecado, Deus Pai, mediante Jesus Cristo, por graça dEle, via ação do Espírito Santo, quer redimir e salvar gente pecadora penitente, sem méritos e dignidades. Razão pela qual prega e ensina com graça e benevolência, mas também historia que ira e castigo vieram sobre e sobrevém a quem a Palavra, Cristo, o Espírito, a graça nada aproveitam.

O Salmo 78 é o segundo maior Salmo em número de versículo, e não é, meramente, uma recapitulação dos acontecimentos importantes da história de Israel. Antes, historia que Deus Pai está aí, por causa de Jesus Cristo, apesar da queda de Adão e Eva em pecado, fiel à Sua promessa de vida e salvação.

Os nossos pais pregaram e ensinaram, e nós ouvimos e sabemos pessoalmente, quem é Deus, o SENHOR e que é nosso dever, não uma opção, se é que, de fato, somos e queremos ser povo de Deus: temer, amar e confiar nEle acima de tudo, de todas as pessoas, de todas as coisas. Cabe a nós, por nossa vez, passar adiante a história da salvação de Deus Pai mediante Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, não via dignidades, boas obras, méritos, justiça da lei. Bendito seja Deus, pois hoje nós temos o testemunho de toda a Escritura: somente a pessoa crente obedece e somente a obediente crê. Não permitamos, pois, firmados na justiça da fé em Cristo, que o nosso silêncio negligente prive a descendência nossa e a dos nossos pais da verdade preciosa de Deus, pois seria, no mínimo, verdadeiramente vergonhoso se negligenciássemos as gerações que estão aí e examinam o que o presente Salmo e toda a Escritura nos pregam, ensinam, confessam: a justificação e salvação, ao mesmo tempo, se dão única e tão somente por graça divina mediante a fé em Cristo. E que ninguém pelo mero ouvir da Palavra é salvo.

O próprio mandamento de Deus estimula e exige, com frequência, por meio de Moisés, que os pais ensinem os filhos, como também diz o Sl 78.5s.: “Quanto insistiu com nossos pais que transmitissem aos filhos os louvores e as maravilhas do Senhor e os ensinassem aos filhos dos filhos!” Aliás, para que vivemos nós velhos senão para cuidar da juventude, ensinar-lhe e educá-la no que promove e aponta para Cristo e Seus benefícios? Pois é totalmente impossível esperar que a pessoa, em qualquer idade, se autofaça crente, se autoinstrua, se autodiscipline sem o ministério da externo da Palavra. Por isso Deus confiou a nós os filhos e a juventude em geral, para que nós, os mais velhos e que sabemos por experiência o que serve para o bem deles, e, sem dúvida, exigirá de nós uma prestação de contas severa sobre eles, caso formos negligentes, levianos e omissos no que diz respeito à Palavra e à fé em Jesus Cristo, o vivo, único, suficiente, necessário, indispensável, inegociável SENHOR e Salvador. Por isso também ordena Moisés, em Dt 32.7: “Pergunta a teu pai, ele te informará; pergunta aos velhos, eles to dirão.” Deus, em Sua liberdade, se autoamarra à Sua Palavra, e age em nós, de fora, internamente, pelo Espírito Santo, quando, onde e como Lhe aprouver.