Momento de Fé Por Pastor Airton Hermann Loeve

9/23/2025 às 10:43:14 AM

SALMOS

Sl 74 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.

O Salmo 74 é um Salmo de oração contra os inimigos que se levantam contra Jerusalém, o templo, e todas as escolas de Deus no país, incluindo as cidades, porque intuem desertificá-las, e agindo assim blasfemar o Deus da promessa alusiva a Cristo, que Ele haveria de fazer nascer dos judeus, segundo a carne. E os inimigos agem e intuem proceder assim porque autocreem que Deus, em Sua presença abscôndita, é como se Ele não pudesse ajudar o Seu povo, em Seu poder, que aparenta ao juízo da carne e do sangue, fraco, ineficiente, pobre mesmo frente a evidente profanação, abuso de poder e autoridade. Por isso mesmo o presente Salmo é uma oração contra a futura destruição dos caldeus, que haveria de se tornar realidade por intermédio do rei Antíoco Epifânio. A destruição do templo em Jerusalém e a devastação terra aconteceram apenas duas vezes. Assim, também nós rogamos contra as pessoas e povos que se levantam contra nós como cristólogos, reformadores da fé e da moral, no intuito de nos extirpar da face da terra e que querem destruir o que promove a Cristo, sobretudo, que querem fazer com que se perca a Palavra de Deus, a Ceia e todos os estamentos de Deus. E que daí por diante, perdido a Cristo e Seu Evangelho, embasados em sua fé, teologia, culto, piedade autoinventadas, intuem, doravante, pregar, doutrinar, ensinar em todo o orbe terrestre cousas vãs, e instituir práticas cúlticas abomináveis e blasfêmas em todos os lugares, como se elas fossem necessárias com vistas à nossa justificação e salvação, ao mesmo tempo.

No versículo dois lemos: “Lembra-te da tua congregação, que adquiriste desde a antiguidade, que remiste para ser a tribo da tua herança; lembra-te do monte Sião, no qual tens habitado.” A congregação de Deus, o SENHOR, nascida e nutrida pela Palavra e fé, desde os primórdios passou por tempos e realidades de contradição por ação dos inimigos para os quais Cristo, o Evangelho, o Espírito, a fé não foram importantes. Ela prevaleceu, não obstante, por milagre monoagente de Deus, o SENHOR, embora a Sua presença e ação sejam abscônditas, não querendo a morte da pessoa pecadora, antes, que ela, caindo em si, via fé na Palavra, se converta e viva. A congregação, a ‘tribo da herança de Deus’, o SENHOR, são o povo da Palavra e da fé especial. E o monte Sião que o salmista quer que Deus se lembre é a Igreja, corpo de Cristo, contra a qual ‘as portas do inferno, não obstante o seu guerrear e patear, não prevalecerão’. O Espírito Santo de Deus vem habitar e habita no coração das pessoas arrependidas e crentes, independente da vida doce ou da vida tornada amarga. Nada e ninguém arranca ninguém da mão e do cuidado incomum de Deus, o SENHOR. Ele se importa e compadece dos Seus e das Suas na vida e na morte e para além delas. Pois, por causa de Jesus Cristo, por graça dEle, mediante a fé nEle, não rejeita para sempre.

É preciso ser zeloso e cuidadoso, como reformadores da fé e da moral, evangelistas de Cristo, no sentido de que as ruínas do templo e a blasfêmia dos inimigos do Remidor não sejam significadas como de caráter eterno. Sempre onde a ira e a ocultação de Deus se juntam, concepções da ocultação dEle tendem a ser perigosamente absorvidas pela separação de Deus. E neste caso, ao juízo da carne e do sangue, nem mesmo as orações e ações responsáveis chegam até Deus. Aí Ele, perdido a Cristo e Seus méritos, se torna implacável. Há uma singularidade nesse Salmo que faz lembrar fortemente o Salmo 44. Não há menção de pecado nacional ou pessoal, nem alusão ao procedimento justo do SENHOR no castigo dado, nem súplica por perdão e absolvição, aqui e na eternidade. Ao mesmo tempo, ainda que haja repreensão, não há reclamação. Ainda que haja lamentação, não há murmuração porque não dá para separar a vida por fé e a cruz incomum. Aliás, fé e sofrimento coexistem no mundo.

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